segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Alteração de Estatutos da Federação - Participem

Na próxima sexta-feira dia 6 de Novembro, às 21 horas, no polivalente da Escola EB 2,3 Fernando Pessoa em Santa Maria da Feira, temos uma Assembleia-geral extraordinária para alteração dos estatutos da Federação, cuja convocatória já foi enviada a todos via ctt e agora anexo.

Os Estatutos são, por definição, um conjunto de regras ou normas de funcionamento pelas quais se regerá a nossa Federação. Estas devem reflectir a vontade e participação de todos.

Os Estatutos devem também ser acima de tudo um convite à participação e ao querer fazer “parte de” promovendo a representatividade participativa, em equipa.

A direcção reuniu com os restantes órgãos e assinalámos alguns pontos a cortar e a acrescentar.
Mais tarde numa segunda reunião aberta a todas as Associações fez-se nova reflexão e ficámos todos de ler os Estatutos actuais e apresentar propostas na Assembleia-geral.

A participação de cada um é importante.
Participem sexta-feira na Assembleia.

A direcção da Fapfeira

domingo, 1 de novembro de 2009

Assembleia Geral Extraordinária



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Legislação - financiamento dos estabelecimentos particulares - Contratos de patrocínio

Despacho n.º 23057/2009. D.R. n.º 203, Série II de 2009-10-20, do Ministério da Educação ― Gabinete do Secretário de Estado da Educação

Contratos de patrocínio - obrigatoriedade de divulgação do regime e regras estabelecidas nos contratos.


....em conformidade com o disposto no artigo 21.º do Decreto -Lei n.º 553/80, de 21 de Novembro, facultar a devida informação, aos pais e encarregados de educação dos alunos que beneficiam desses apoios, sobre o regime e as regras estabelecidos nos referidos contratos:
Determino que:
1 — Os estabelecimentos particulares e cooperativos que beneficiam
do regime estabelecido nos contratos de patrocínio devem, com carácter
obrigatório e permanente, afixar em local público e visível o
regime do
contrato celebrado com o Estado.

2 — Os estabelecimentos referidos no número anterior têm a obrigatoriedade
de, no acto da matrícula, informar, por escrito, os encarregados
de educação sobre as condições de comparticipação assumidas
pelo Ministério da Educação no financiamento dos cursos e regimes de
frequência, designadamente no que se refere ao seguinte:

a) Não pode ser exigida qualquer comparticipação financeira, tais
como propinas, taxa de inscrição e outras, aos alunos que se matriculam
no curso básico ou no curso secundário de música, em regime integrado
ou articulado;


b) As propinas, taxas de inscrição e outras cobradas aos alunos que
se matriculam no curso de Iniciação, no curso Básico ou no curso Secundário
de Música não podem, somadas, ser superiores ao valor da
comparticipação financeira anual atribuída ao aluno pelo Ministério
da Educação.


3 — Os comprovativos de pagamento emitidos pelos estabelecimentos
de ensino especializado de música, que se reportam às cobranças
referidas na alínea b) do número anterior, devem obedecer aos termos
da minuta que consta do anexo I do presente despacho.

4 — Qualquer comparticipação pecuniária para actividades extracurriculares
que venha a ser solicitada aos alunos será sempre, sem
excepções, de natureza não regular e opcional e o comprovativo, de
carácter obrigatório, referente a essa comparticipação deve discriminar
claramente o fim a que se destina.

sábado, 24 de outubro de 2009

Legislação - Ensino Superior Acesso 2009/2010

Portaria n.º 1270/2009. D.R. n.º 201, Série I de 2009-10-16, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Altera o Regulamento do Concurso Nacional de Acesso e Ingresso no Ensino Superior Público para a Matrícula e Inscrição no Ano Lectivo de 2009-2010, aprovado pela Portaria n.º 743 A/2009, de 10 de Julho

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Legislação - Código de Processo de Trabalho

Decreto-Lei n.º 295/2009. D.R. n.º 198, Série I de 2009-10-13, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º76/2009, de 13 de Agosto, altera o Código de Processo do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 480/99, de 9 de Novembro.

Legislação - Alimentação Escolar (Fruta)

Portaria n.º 1242/2009. D.R. n.º 197, Série I de 2009-10-12, dos Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, da Saúde e da Educação

Aprova o Regulamento do Regime de Fruta Escolar - RFE.


Artigo 1.º
É aprovado, em anexo à presente portaria, dela fazendo parte integrante, o Regulamento do Regime de Fruta Escolar, abreviadamente designado por RFE.

Artigo 2.º
O Regulamento referido no artigo 1.º contém os seguintes
anexos, que dele fazem parte integrante:
a) Anexo I, relativo aos compromissos das entidades requerentes de ajuda;
b) Anexo II, relativo às medidas de acompanhamento

Legislação - Intervenção Precoce na Infância (SNIPI)

Decreto-Lei n.º 281/2009. D.R. n.º 193, Série I de 2009-10-06, do Ministério da Saúde

O presente decreto -lei tem por objecto, na sequência dos princípios vertidos na Convenção das Nações Unidas dos Direitos da Criança e no âmbito do Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade 2006 -2009, a criação de um Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI).

A intervenção precoce junto de crianças com alterações ou em risco de apresentar alterações nas estruturas ou funções do corpo, tendo em linha de conta o seu normal desenvolvimento, constitui um instrumento político do maior alcance na concretização do direito à participação social dessas crianças e dos jovens e adultos em que se irão tornar.

Legislação - Manuais Escolares

Despacho n.º 22025/2009. D.R. n.º 192, Série II de 2009-10-02 - Altera o despacho n.º 415/2008, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 3, de 4 de Janeiro de 2008.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Legislação - Faltas alunos / H1N1

Circular n.º I-DGIDC/2009/1333/NESASE
No âmbito da Gripe H1N1, foi enviada a todos os estabelecimentos de ensino uma circular com os procedimentos a ter em conta, em caso de faltas de alunos por doença.

domingo, 18 de outubro de 2009

Ensino Secundário: um mundo de contradições

Andreia Lobo
Educare.PT - 14.10.2009

Ensino Secundário: um mundo de contradições


"Uma coisa é viver, outra é estudar."
A frase, proferida por uma aluna do Ensino Secundário,
espelha um sentimento emergente nas escolas.

Há uma nova cultura escolar cujas manifestações vão acontecendo no quotidiano educativo. Mais ou menos perceptíveis. Uma equipa de investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto realizou um estudo entre 2002 e 2006 onde identificou alguns traços deste fenómeno. As conclusões deste trabalho aguardam publicação em livro.

Trabalharam em várias escolas do Porto, e numa a 40 quilómetros desta cidade. Procuraram que as escolas estivessem em zonas ora mais ora menos "preservadas" do ponto de vista socioeconómico. E, entre os cerca de 400 alunos inquiridos, uma das percepções recolhidas foi a do "drama" que representa a passagem do 9.º ano para o Ensino Secundário. "É uma catástrofe porque há uma viragem súbita dos objectivos, das metodologias e da própria forma de estar", sintetiza Manuel Matos, investigador e coordenador deste estudo.

Entre as respostas que ajudaram os investigadores a perceber a transição do Ensino Básico para o Secundário, Manuel Matos, recorda uma das alunas inquiridas. Oriunda de uma zona da cidade popular, o investigador recorda a espécie de "conversão de estatuto" que a aluna foi forçada a fazer a partir do 10.º ano. Escolher novos amigos e abandonar a sua rede habitual. "Ela tinha um regime de vida terrível, mas dizia que se continuasse fiel ao seu grupo de amigos e ao seu estilo de vida nunca iria conseguir contrair hábitos que lhe permitissem tirar boas notas e entrar na Universidade", relata o investigador.

No terreno o estudo fez-se entre 2004 e 2005, e nesse período, garante Manuel Matos, a maioria dos alunos, com idades entre os 17 e os 18 anos, tinha como meta o ingresso no Ensino Superior. "Estavam muito vinculados a esta necessidade de entrar na Universidade, como se esta fosse o Abre-te Sésamo." Ou seja, uma "forma de conseguir emprego e quase fatal de ganhar a vida". Decorridos quatro anos sobre as entrevistas, o investigador acredita que "actualmente é possível que já menos alunos permaneçam vinculados a esta ideia". Até porque, adianta Manuel Matos, "a acumulação de experiências sociais já deve ter tido um efeito dissuasor".

Desilusão e desinteresse

Mas ainda no Ensino Secundário, os investigadores identificaram um outro traço desta nova cultura escolar: alunos numa fase de completa desilusão e desinteresse quanto à eficácia da escola. Entre os "desiludidos", mas que têm hipótese de permanecer na escola, fruto da falta de alternativas no mundo do trabalho, valoriza-se essencialmente a "relação social". "Aquilo a que chamam a curtição", esclarece Manuel Matos. Um sentimento fixado numa expressão bastante usada entre os alunos inquiridos: a escola é fixe, mas as aulas são uma seca! "O discurso dos alunos vai no sentido de descrever a escola como um espaço social onde vale a pena estar para gozar, viver, para socializar as relações..." Em contrapartida, diz o investigador, as aulas são tidas como "insuportáveis". "Há uma clara oposição entre o viver e o estudar", garante Manuel Matos, frisando que "quem neste contexto faz a opção de estudar é hostilizado.

"Neste jogo do estudar e do viver, há ainda que ter em conta as expectativas dos pais. Uma das vertentes deste estudo quis auferir sobre a importância da família na motivação dos alunos. Curiosamente, os investigadores concluíram que é entre os alunos oriundos de zonas menos "preservadas" socioeconomicamente que mais pesam as expectativas dos pais sobre os seus estudos.

Os alunos oriundos de meios com maior "autonomia cultural", explica Manuel Matos, atribuem menos importância às expectativas dos pais. Estas interferem pouco na motivação para o estudo. "Até parece contraditório", constata o investigador, mas passível de uma explicação: Em meios mais desfavorecidos, os alunos que seguem para o Ensino Secundário serão ainda uma minoria entre a população, portanto, só os pais que realmente se preocupam é que pressionarão os filhos a seguir os estudos. Nesse sentido, as expectativas dos pais serão mais valorizadas.

Na luta contra o abandono e o insucesso escolar, "o sistema tenta oferecer uma grande diversidade de cursos, como se quisesse dizer que respeita as diferenças de cada um, mas a essa variedade corresponde uma grande diferenciação social e salarial", critica Manuel Matos. E esta é mais uma das contradições não apenas do Ensino Secundário, mas presente em todo o sistema educativo. A escola democrática é vista como uma "janela de oportunidades", mas "a experiência dos últimos tempos mostra que os diplomas já não trazem consigo nenhuma garantia de futuro".

Mas estes são apenas traços gerais de um estudo que apesar de ter chegado ao fim não está na perspectiva de Manuel Matos, de todo concluído: "Há muito trabalho por fazer, até porque o mundo estudantil é cada vez mais complicado."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Alimentação Saudável

"Bill Kill"- Vence 5º Festival Europeu de Vídeo FOOD 4U

No passado dia 23 de Setembro decorreu a cerimónia oficial de entrega de prémios da 5ª Edição do Festival Europeu de Vídeo FOOD 4U, no histórico palco do Auditorium della Conciliazione, em Roma.

Na sua segunda participação, a OFICINA – Escola Profissional do INA (Instituto Nun'Álvares de Santo Tirso), viu um dos seus vídeos finalistas arrecadar os dois prémios mais cobiçados de toda a competição com o spot intitulado Bill Kill: o Prémio da Melhor Experiência de Aprendizagem atribuído pela Associação Europeia de Professores e o Prémio Oficial do Júri – Troféu do Presidente da República de Itália.

Nas palavras de Luca Zaia, Ministro da Politica Agrícola, Alimentar e Florestal de Itália, o spot premiado é “incrivelmente bem sucedido na transmissão da sua mensagem; e enfatiza um aspecto demasiadas vezes negligenciado tanto pelos jovens como pelas instituições, que é o custo individual e social por detrás de hábitos alimentares pouco saudáveis.”


A competição FOOD 4U é uma campanha de sensibilização que tem como objectivo permitir aos jovens de toda a Europa a oportunidade de expressar a sua opinião através de um instrumento de comunicação generalizado e extremamente eficaz como são os spots de vídeo.

Uma ideia inovadora que encoraja os jovens a competir de uma forma saudável em criatividade, experimentação e empenho, com um objectivo de valor acrescentado em mente: transmitir a todos os jovens uma mensagem directa e eficaz da importância de escolhas alimentares conscientes e saudáveis.

A quinta edição desta iniciativa, que conta com o alto patrocínio do Presidente da República Italiana, envolveu mais de 6 milhões de alunos de 25 mil escolas de toda a Europa.

Oficina - é uma Escola Profissional que faz parte do complexo escolar do Colégio das Caldinhas de Santo Tirso.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza


O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza vai ser assinalado em Santa Maria da Feira com um conjunto de iniciativas de carácter social, de 15 a 17 de Outubro, numa parceria da Câmara Municipal e empresa municipal Feira Viva com quatro Organizações Não Governamentais (ONG) locais: Rosto Solidário, Leigos para o Desenvolvimento, Jovens Sem Fronteiras e Viver 100 Fronteiras.

Nos dias 16 e 17 decorrerá uma recolha de alimentos, na Casa do Moinho, das 17h30 às 22h00.


No mesmo local,

>>dia 16, às 17h30, será apresentado o projecto “Concelho Solidário” e os respectivos programas: “Bazar-Loja Social”; “Rede de Restaurantes Solidários”; “Sorrisos”; e “Cartão Feira Sénior”.


>>dia 17, sábado, às 20h00, junto às piscinas, começa a Marcha Branca que tem como objectivo assinalar a efeméride e angariar uma tonelada de alimentos.

A organização solicita que os participantes vistam uma peça branca e tragam um quilo de alimentos, sugerindo arroz, massas, enlatados, papas de bebé, leite em pó, cereais, leite, bolachas, compotas, entre outros alimentos não perecíveis.



Depois da marcha, pelas 22h00, realiza-se o concerto de encerramento, com a participação especial e pro-bono da Instável Orquestra e All About Dance.





domingo, 11 de outubro de 2009

“Há coisas que não podemos tolerar”,

“Há coisas que não podemos tolerar”,
escreveu e voltou a escrever o conhecido filósofo da ciência Carl Popper.
Faço minhas estas palavras, para afirmar que no campo da educação formal há ideias e práticas que não podemos, como pais, educadores e sociedade, continuar a tolerar.
E, não podemos continuar a tolerá-las porque estão inequivocamente erradas,
tanto sob o ponto de vista científico como sob o ponto de vista ético.


É assim que Helena Damião começa hoje um seu artigo no RerumNatura.

Muito pertinente a reflexão. Deixo o fim:

"Mas o pior é o pedido que lhe é endereçado para que “escolham uma ocorrência ou situação da vida da família (ex., aniversário, período de férias, um dia de semana, uma situação fora do comum, por exemplo, uma doença, etc.) e construam uma história relacionada com essa situação para posteriormente ser representada para os outros…”.

Bem... não sei se será mesmo o pior, pois também lhes é pedido que, “em diálogo com o grupo”, exprimam “o que pensam e sentem sobre si próprios, como pessoas e como membros da sua Família…”

O que é que as crianças aprendem com isto? Aprendem a expor-se, a serem expostas e a expor as pessoas que lhe são próximas ao conhecimento público.

Isto não é Pedagogia, nem Ética, nem Educação. Isto é perversidade!

Nota: Deliberadamente, não identifiquei o documento em causa, talvez o devesse ter feito, mas não o fiz porque como ele, infelizmente, há muitos. Depois de ter escrito este texto chegou-me às mãos outro que, ainda que pareça impossível, consegue ser pior."

Helena Damião
de Rerum Natura

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Crianças Ocupadas

Lusa/Sol
09.Outubro.2009

Crianças passam tempo demais na escola

A sociedade tem de devolver às crianças o tempo que elas precisam para brincar, defendeu hoje a investigadora Maria José Araújo, que lança sábado o livro Crianças Ocupadas.
Como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos.
Segundo a investigadora, as crianças entre os seis e os 12 anos «trabalham hoje para e na escola, no seu ofício de alunas, cerca de oito a nove horas diárias, ou seja, cerca de 40 a 45 horas semanais».

«A intenção deste livro é criar um debate público sobre a questão da ocupação das crianças e, de alguma maneira, alertar para o direito das crianças», disse à agência Lusa a investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Universidade do Porto.

A desenvolver um trabalho de investigação sobre questões levantadas pelo conceito de Escola a Tempo Inteiro e as Actividades de Enriquecimento Curricular, a autora considera que «as crianças estão muito ocupadas, têm muitos trabalhos e actividades para fazer todos os dias» ficando sem tempo para brincar.

«Essas actividades podiam ser brincar, mas são sempre em função da escola», sublinha, acrescentando que «os pais têm uma preocupação muito excessiva em relação ao tempo escolar».

A investigadora ressalva que escola a tempo inteiro é uma medida óptima, mas as crianças deviam fazer as actividades que elas pudessem escolher.

«A grande questão não é só a quantidade de actividades que fazem, mas o facto da metodologia prevalecente nessas actividades ser sempre orientadas pelos adultos e elas nunca poderem escolher. São aulas atrás das aulas», sustenta.

Para Maria José Araújo, é preciso «repensar o modelo da escola». «Este modelo não pode continuar porque as crianças não aguentam», realçou.

No livro, a autora, que trabalha há 19 anos com crianças, tenta responder às seguintes perguntas: «Fará sentido que, na sociedade contemporânea, as crianças trabalhem mais do que as 40 horas que achamos razoáveis para os adultos? Fará sentido prolongar de tal modo as suas ocupações que não lhes deixamos tempo para brincar e descansar? Será que temos o direito de ocupar e condicionar o tempo livre das crianças depois de um dia de Escola?».
«A angústia dos pais para que as crianças trabalhem muito para ser alguém, como se as crianças não fossem já hoje alguém, pode comprometer tanto o seu presente como o seu futuro», sublinha.
Maria José Araújo explica que este livro é, sobretudo, o «resultado de muitos anos de trabalho com crianças e adultos, de muita brincadeira com ambos e de muita preocupação colectiva sobre as consequências negativas que resultam do excesso de trabalho e de actividade organizada para os mais pequenos».

É, fundamentalmente, um alerta para a questão dos direitos das crianças. «Sobre as crianças aprendi mais com elas do que com os adultos ou com os livros», remata.

O livro Crianças Ocupadas, de Maria José Araújo e editado pela Prime Books, será lançado sábado, pelas 18h00, na Livraria Salta Folhinhas, no Porto.

A apresentação da obra será feita por Agostinho Ribeiro, professor jubilado da Universidade do Porto, e por Dulce Guimarães, da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Porto Oriente e da Associação de Ludotecas do Porto.
Lusa/SOL

Legislação - Contratação de técnicos para as AECs

O decreto-lei 212/2009 de 3 de Setembro - estabelece que os municípios podem, na sequência de um processo de selecção, celebrar contratos de trabalho a termo resolutivo, a tempo integral ou parcial, com profissionais especialmente habilitados para o efeito, tendo em vista assegurar necessidades temporárias de serviço no âmbito das actividades de enriquecimento curricular.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Legislação - Vigilantes nas Escolas

A portaria 1018/2009 de 10 de Setembro, regula o procedimento concursal de recrutamento dos chefes de equipa de zona e dos vigilantes das escolas.
É regulamentado pela Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de Janeiro

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Legislação - protecção social na parentalidade

O decreto-lei 91/2009 de 9 de Abril - Estabelece o regime jurídico de protecção social na parentalidade no âmbito do sistema previdencial e no subsistema de solidariedade

e revoga o Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de Abril, e o Decreto-Lei n.º 105/2008, de 25 de Junho

diário da república electrónico

Legislação - 12 anos de Escolaridade obrigatória

A Lei 85/2009 de 27 de Agosto - Estabelece o regime da escolaridade obrigatória para as crianças e jovens que se encontram em idade escolar e consagra a universalidade da educação pré -escolar para as crianças a partir dos 5 anos de idade

Artigo 2.º
Âmbito da escolaridade obrigatória

1 — Para efeitos do previsto no n.º 1 do artigo anterior, consideram -se em idade escolar as crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos.
2 — O disposto no número anterior é também aplicável aos alunos abrangidos pelo disposto no Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, alterado pela Lei n.º 21/2008, de 12 de Maio.
3 — A escolaridade obrigatória implica, para o encarregado de educação, o dever de proceder à matrícula do seu educando em escolas da rede pública, da rede particular e cooperativa ou em instituições de educação e ou formação, reconhecidas pelas entidades competentes, determinando para o aluno o dever de frequência.
4 — A escolaridade obrigatória cessa:
a) Com a obtenção do diploma de curso conferente de nível secundário da educação; ou
b) Independentemente da obtenção do diploma de qualquer ciclo ou nível de ensino, no momento do ano escolar em que o aluno perfaça 18 anos.

Legislação - Educação Sexual

A Lei 60/2009 - estabelece o quadro jurídico da lei da educação sexual em meio escolar



  • Mínimo de 6 horas lectivas anuais sobre educação sexual nos 1º e 2º CEB;
  • Mínimo de 12 horas lectivas anuais no 3º CEB e no ensino secundário.

  • Os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas
    dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino
    secundário devem disponibilizar aos alunos um gabinete
    de informação e apoio no âmbito da educação para a saúde
    e educação sexual.
  • O atendimento e funcionamento do respectivo gabinete
    de informação e apoio são assegurados por profissionais
    com formação nas áreas da educação para a saúde
    e educação sexual.

  • Criação de projectos de turma sobre educação sexual


Artigo 14.º
Entrada em vigor
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
a presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
publicação, devendo ser aplicada nas escolas a partir da
data de início do ano lectivo de 2009 -2010.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

"Traímos várias gerações de crianças"

Helena Damião
30. Junho . 2009

Num texto que aqui publiquei há pouco tempo, escrevi que as políticas para a educação dos vários países ocidentais se assemelham; assemelhando-se também a defesa e a oposição que encontram no quadro académico e social.

Na revista Standpoint deste mês de Junho saiu um artigo duma senhora chamada Susan Hill, que, num determinado passo, me parece poder reportar-se à realidade portuguesa:

"We have betrayed several generations of children in many ways — by giving the teaching of skills priority over that of knowledge, by making exams easier out of a false egalitarianism, by letting them choose their own morality from a soup of political correctness, by over-emphasising the importance of the computer as if it were anything more than a useful tool, and of the internet as if it were more content-rich than books."

(“Em muitos aspectos, traímos várias gerações de crianças - demos prioridade ao ensino por competências, em detrimento dos conhecimentos, fizemos exames mais fáceis em nome de uma falsa igualdade social, permitimos que elas fizessem as suas escolhas morais no contexto confuso do politicamente correcto, enfatizámos a importância do computador, como se ele fosse mais do que uma ferramenta útil, e supusemos que a internet era mais rica do que os livros em conteúdos.”)

Esta apreciação faz-me lembrar uma outra, da autoria de Marçal Grilo, acerca da nossa própria realidade que, pela minha lógica, não se aplica só a ela:

"Preocupa-me (…) a atitude que muitos compatriotas têm em relação à escola. Eles não olham para a escola como algo que possa ser relevante para o futuro dos seus filhos, como um instrumento de aprendizagem, mas mais no sentido de a ultrapassar. Preocupam-se sobretudo que os miúdos passem e não tanto com o que eles sabem. É preciso também perceber o que se pretende com o sucesso nas escolas. Para mim, o sucesso traduz-se nos alunos saberem mais, terem maior consciência das suas capacidades e uma atitude diferente perante o mundo e a sociedade (…). A minha geração vai ficar aqui com um peso na consciência por não ter sido capaz de motivar os jovens para a educação."

blog De Rerum Natura

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Europarque recebe mostra escolar nacional de ciência e tecnologia

A mostra nacional de ciência e tecnologia, a decorrer em Santa Maria da Feira nos dias 29 e 30 de Junho, vai contar com a participação de quase três mil professores e alunos.

“Na Escola ComCiência - Encontros e Desafios” é a designação do certame que conta já com mais de 100 escolas inscritas e perto de 300 projectos. Organizada pelo Ministério da Educação, através da Direcção Regional de Educação do Norte, em colaboração com a Fundação Ilídio Pinho, a iniciativas contempla várias actividades. Uma destas corresponde aos encontros temáticos.

Haverá um sobre Matemática, com Arsélio Martins, Professor do Ano 2007 e presidente da Associação de Professores de Matemática, que terá moderação de Sofia Figueiredo, distinguida com o Prémio Melhor Aluno do Ensino Secundário 2006/2007.Um segundo intitula-se “Fazer Ciência Com…” e terá a participação de Alexandre Gomes, Atila Gören, Filipe Ressurreição e Jacinta Moreira (professora do Ano 2008) e moderação de Eduardo Jorge Madureira, coordenador do Público na Escola.

O terceiro, por sua vez, será centrado no tema Segurança na Internet, e contará com Albino Almeida, presidente da Confap, Jorge Melo, inspector da Polícia Judiciária, o professor Rolando Silva, e o jornalista Daniel Catalão, da RTP, que moderará. A conferência de Alexandre Quintanilha contará com a moderação de José Manuel Mendonça, presidente do INESC Porto. O evento, a decorrer no Europarque, encerrará com a entrega dos prémios aos vencedores da 7ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”.

Notícias de Aveiro

“Na Escola ComCiência - Encontros e Desafios”

29 JUNHO
ABERTURA[15 HORAS]MOSTRA [NON STOP].
Projectos Prémio Fundação Ilídio Pinho «Ciência na Escola». Outros projectos nas áreas da Ciência e Tecnologia. Pontos de Inclusão - Literacia Braille - Jogos Matemáticos. Escola PTE/Magalhães e outras viagens. Espaços Águas do Douro e Paiva, Fundação de Serralves, Lipor, Núcleo de Cultura Científica, Pavilhão da Água, Planetário do Porto e Visionarium.

ENCONTROSCOM A MATEMÁTICA [Arsélio Martins] [16 HORAS] MODERADORA - Sofia Figueiredo

FAZER CIÊNCIA COM... [Alexandre Gomes] [Átila Gören] [Filipe Ressurreição] [Jacinta Moreira]MODERADOR - Eduardo Madureira

[17 HORAS]
SEGURANÇA NA INTERNET [Albino Almeida] [Rolando Silva] [Jorge Melo]
MODERADORA - Daniel Catalão

[21 HORAS]
JOGOS [NON STOP]PlayStation, X-BOX, Wii

ARTES PERFORMATIVAS[TEATRO, MÚSICA, DANÇA] [NON STOP].
Academia de Música de Santa Maria da Feira. Academia de Música de Vilar do Paraíso . Ballet-Teatro Escola Profissional. Conservatório de Música do Porto. Escola Profissional do Infante. Escola Profissional de Música de Espinho. Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos. Grupo de Gaitas de Foles «Mirabornes»

FRACTAIS[22.29 HORAS]

CONCERTO[22.30 HORAS]HANDS ON APPROACH

ASTRONOMIA E...[23.59 HORAS] NET RAVE [REGULAMENTO] [PRÉMIOS]
[24 HORAS] [NON STOP]Football Manager 2009Counter Strike 1.6 5vs5Trackmania Nations Forever 1vs1Outros jogos[Internet a 100 Mb/s]

30 JUNHO
CONFERÊNCIAPARA QUE SERVE A CIÊNCIA?
[Alexandre Quintanilha]MODERADOR: José Manuel Mendonça
[10 HORAS]
ENCONTROS[11.30 HORAS].
Águas do Douro e Paiva. LIPOR. Núcleo de Cultura Científica [IBMC/INEB]. Planetário do Porto. Pavilhão da Água. Visionarium
MODERADORA: Maria Rui Vilar Correia

PRÉMIO FUNDAÇÃO ILÍDIO PINHO «CIÊNCIA NA ESCOLA»
[15 HORAS]Cerimónia de entrega dos Prémios da 7.ª EdiçãoMatemática com recurso às TIC e aos Quadros InteractivosPré-escolar e 1.º Ciclo2.º e 3.º Ciclos e Ensino Secundário

ENCERRAMENTO [18 HORAS]

Eugene Cernan entrevistado por Mário Crespo

Interessante entrevista, na SIC Notícias


Eugene Cernan tem 65 anos e foi o último astronauta a pisar a Lua

( ... por ser o comandante, foi o último a reentrar no Módulo Lunar para a viagem de volta, sendo suas as últimas pegadas humanas feitas na superfície lunar em 1972. - Wikipédia)

(entrevista legendada)

«Da Terra à Lua»

Missão espacial para os mais novos
este fim-de-semana no Visionarium - Sta. Maria da Feira

A overnight «Da Terra à Lua», marcada para este fim-de-semana no Visionarium, integra lote de iniciativas que visam comemorar o Ano Internacional de Astronomia, anunciou fonte do Centro de Ciência do Europarque, em Santa Maria da Feira.

A «missão espacial», dirigida a crianças dos seis aos 13 anos, pretende demonstrar aos participantes as várias fases de uma viagem à Lua, aliando «conhecimento e rigor científico, na abordagem das temáticas da actividade, à vertente lúdica».

«Esta não é uma actividade para chegar, ver e partir! É necessário vencer algumas provas e para isso é obrigatório ingressar primeiro na Academia de Astronautas do Visionarium e passar a integrar o lote dos eleitos para a missão espacial», referem os promotores.

«Entre muitas outras coisas, os participantes, quer dizer os cadetes que aspiram a ser astronautas, ou melhor, os “Missionários da Ciência”, vão ficar a saber mais sobre a morfologia da Lua, desfrutar de um conhecimento mais detalhado acerca das características do sistema solar e das condições de vida no espaço», acrescentam.

A overnight decorre sábado e domingo, com repetição nos dias 23 e 24, ficando disponível a partir dessa data para escolas e particulares mediante marcação prévia.

O Ano Internacional da Astronomia é promovido pela União Astronómica Internacional e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Em Portugal, a organização das comemorações foram assumidas pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Agência Nacional Ciência
Viva, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cursos de Dança, Música e Canto Gregoriano a partir do 5.º ano

Público/última hora
23.06.2009 - 21h57 Lusa

O Ministério da Educação (ME) vai criar cursos básicos de Dança, Música e Canto Gregoriano. Estarão disponíveis a partir do próximo ano lectivo para os alunos do 5.º ano de escolaridade.

De acordo com uma portaria divulgada pelo Governo, a admissão de alunos nestes cursos é feita no 5.º ano de escolaridade e implica a realização de uma prova de selecção, aprovada pelo ME e aplicada pelo estabelecimento de ensino responsável pela área de formação vocacional.

A partir de 2010/2011, o resultado obtido nesta prova só tem efeito eliminatório quando o número de candidatos for superior ao número de vagas.

Os cursos básicos e secundários/complementares de dança e de música podem ser frequentados em regime integrado, articulado ou supletivo, sendo que neste caso os respectivos planos de estudos são constituídos exclusivamente pela componente de formação vocacional.

Os planos de estudo dos cursos básicos de Dança, de Música e de Canto Gregoriano, "integram as áreas curriculares disciplinares, previstas nos planos de estudo do currículo nacional, a componente de formação vocacional, que visa desenvolver um conjunto de saberes e de competências de base inerentes à especificidade do curso em que se insere, contemplando a possibilidade da criação de disciplinas de oferta de escola".

Integram ainda as áreas curriculares de formação cívica e de área de projecto, "visando esta última a realização de projectos de natureza artística".

A portaria divulgada hoje pelo Ministério da Educação aguarda publicação em Diário da República

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Confap recomenda a eleição dos Conselhos Gerais no início do ano lectivo

No seguimento da reunião do Conselho Geral da Confap, no passado dia 20 de Junho, em Santa Maria da Feira, e posteriores contactos com a Secretaria de Estado da Educação, a Confap recomenda a todas as Associações de Pais cujas escolas ou agrupamentos ainda não procederam à eleição do Conselho Geral que apenas o façam na segunda quinzena de Setembro ou em Outubro.

Assim, não devem proceder à indicação dos seus representantes nem proceder à convocação das Assembleias Gerais de Pais em período de férias. Algumas escolas/agrupamentos têm requerido a eleição do Conselho Geral para o período de interrupção lectiva presente.

Não resulta nenhum prejuízo a permanência em funções dos actuais Conselhos Gerais Transitórios até ao início do próximo ano lectivo, pelo que a Confap entende que, neste momento, não estão reunidas as condições para esta eleição, desde logo pela dificuldade de proceder à convocação e ao envolvimento de todos os pais e encarregados de educação para a respectiva Assembleia Geral de Pais. Por outro lado, verifica-se que no início do próximo ano lectivo o universo eleitoral será diferente com a saída e entrada de novos pais e encarregados de educação no sistema educativo.

Acresce que no início de Setembro, iniciarão funções os novos professores colocados no âmbito do concurso nacional e que as próprias autarquias serão sujeitas a eleições nacionais pelo que também estas designarão novos representantes.

Como facilmente se constata, nestas condições, dificilmente se assegurará, não apenas o direito de participação dos agentes do processo educativo mas também a efectiva capacidade de intervenção de todos os que mantêm o interesse legítimo na actividade e vida da escola.

Nesse sentido a Confap recomenda que não procedam à indicação dos seus representantes para o Conselho Geral, neste período de interrupção e férias lectivas.

O CE da Confap 23 de Junho de 2009

Autorização dos pais é fundamental para testes de HIV

Última Hora/ Sociedade/ TVi 24h
23. Junho. 2009
Renata Silva

«Não vai ser seguramente nas escolas». É desta maneira que o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, aborda o programa «Cuida-te» que pretende que sejam realizados testes de HIV nos recintos escolares , à porta das discotecas e nos festivais de verão.

Em declarações ao tvi24.pt, Albino Almeida salientou que estes testes, feitos a menores de idade, só podem ser feitos com o «conhecimento e autorização dos pais».

O presidente da CONFAP defende ainda que este programa deve estar articulado com o Ministério da Saúde, com o Ministério da Educação e com o Instituto Português da Juventude para que possa ser realizado correctamente e com uma acção de sensibilização.

«Fala-se em idades dos 12 aos 25 como se fossem iguais. Parece-nos errado, todos vão ter reacções diferentes», acrescenta Albino Almeida. O presidente revela ainda que os jovens e os pais devem estar preparados para receber a «má notícia».

Albino Almeida apoia os rastreios feitos à porta das discotecas e dos festivais, mas não nas escolas, como sendo um acto obrigatório. «Se não há nada que leve a fazer o teste da sida porque é o que o jovem o há-de fazer?», questiona-se.

«É uma falha grave na percepção de uma matéria tão séria como esta», remata o presidente da CONFAP, realçando a importância de existirem acções informadas sobre a doença.

Jovens com direito a pedir (ou não) teste da sida
Também a ministra da Educação, em reacção a este projecto, esclarece que os testes não podem ser feitos nas escolas, de acordo com o que refere a Agência Lusa. A ministra classificou a notícia desta segunda-feira do «Diário de Notícias» como «completamente abusiva e alarmista, criando uma enorme confusão naquilo que é o trabalho das escolas».

(...)
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rastreio de VIH e distribuição de preservativos a estudantes dos 12 aos 25 anos

DN/Educação
ANA BELA FERREIRA
23.Junho.2009

O Instituto Português da Juventude vai ter cinco unidades móveis a fazer o rastreio de VIH e a distribuir preservativos a estudantes dos 12 aos 25 anos, em escolas e discotecas.
Despiste de doenças a menores sem conhecimento dos pais divide médicos
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Cinco unidades móveis do Instituto Português da Juventude (IPJ) vão a partir de Setembro distribuir preservativos e fazer rastreios ao VIH a jovens dos 12 aos 25 anos em escolas, discotecas e festivais de música, adiantou ao DN Susana Ramos, uma das coordenadoras do projecto. Mas a possibilidade de se fazerem análises de despiste da sida a menores de idade sem o consentimento dos pais não reúne consensos, entre médicos e pais. (ver texto)

"As unidades móveis vão fazer rastreios, baseados na confidencialidade. Um jovem que sinta necessidade pode fazer o rastreio de total confidencialidade sem correr o risco de se cruzar com os pais ou um vizinho", explica Susana Ramos, vice-presidente do IPJ, acrescentando que vão ser organizadas palestras e sessões de esclarecimento. Em Portugal, segundo a Comissão Nacional para o VIH, há 281 infectados até aos 19 anos.

(...)

"Se o médico detectar algo, deve convencer o adolescente a conversar com os pais", diz Maria do Céu Machado.

Esta iniciativa insere-se no programa Cuida-te - Educação para a Saúde, e o protocolo para a compra das cinco unidades é assinado hoje entre o IPJ e o Alto Comissariado para a Saúde, que financia o projecto. As unidades vão custar 400 mil euros e o IPJ quer que cheguem a 150 mil jovens.

(...)

Hoje é também apresentada a peça (In) Dependências, um teatro-debate. Uma medida que promove acções de debate sobre temas que interessam aos jovens, como os consumos aditivos, tal como o álcool, as drogas ou até a utilização excessiva da Internet. DN/educação

Ainda no DN de 23.Junho.2009 a entrevista a Paulo Pinto de Albuquerque,
juiz e professor da Faculdade de Direito da Universidade Católica.

Um médico pode fazer análises de despiste do VIH a um menor sem o consentimento dos pais?
Não. É ilegal a ministração de testes de rastreio de VIH a menores de idade e não emancipados sem autorização dos pais, mesmo que as crianças autorizem. O médico pode incorrer em responsabilidade civil e até criminal. Além de que é altamente intrusivo no poder paternal a realização de análises sem o conhecimento dos pais. Depois também estou a ver com alguma dificuldade que essas análises sejam feitas dentro das escolas. Porque a escola tem de informar os pais das acções que acontecem no seu interior. Aliás, no ponto 5 do anexo I do programa, prevê-se a comunicação dos conteúdos do projecto aos pais.

Mas um médico pode justificar a realização deste tipo de análises?
É difícil um médico encontrar motivos para legitimar um acto que os pais não autorizaram. Não estou a ver como um médico poderia justificar um procedimento desses, à revelia dos pais do menor, mesmo que ele já tenha 14 anos. Ainda que, por exemplo, o maior de 14 anos já seja ouvido em tribunal.

Se forem feitas análises sem o consentimento dos pais, estes podem exigir, mais tarde, ter acesso ao resultado das mesmas?
Se tiver sido feito o exame sem autorização dos pais, os pais têm o direito de saber o resultado. Os pais têm o poder paternal e são eles que exercem esse poder, que é também um dever. Portanto, fazem-no quer defendendo a criança de uma intrusão quer exigindo o resultado de uma análise em caso de já ter havido intrusão.

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domingo, 21 de junho de 2009

Educação: Ex-ministro David Justino diz que aumento da escolarização é urgente

Lusa / ensino
20. Junho. 2009

O ex-ministro da Educação, David Justino, defendeu hoje em Santa Maria da Feira que “o aumento da escolarização para os 12 anos tem que ser ponderado numa articulação muito estreita com a legislação do trabalho”.

Na conferência promovida no Europarque pela Confederação Nacional das Associações de Pais e pela FapFeira, que congrega as estruturas do género existentes no município feirense, David Justino afirmou que só assim se poderá sair “ciclo vicioso” em que se encontra a maioria da população activa portuguesa.

“O abandono escolar leva à inserção precoce no mercado de trabalho e essa, porque implica qualificações reduzidas, envolve níveis mais baixos de remuneração”, explicou o actual assessor da Casa Civil do Presidente da República. “É um ciclo vicioso e há um número elevadíssimo de portugueses que estão nessa situação”.

A mudança que a escolaridade obrigatória de 12 anos “implica nesta estrutura da população activa vai demorar não anos mas décadas”, continua David Justino. “Se o aumento da escolarização é tão urgente é porque cada ano que nos atrasamos se traduz em milhares de portugueses que não conseguem sair desse ciclo vicioso do atraso”.

O ex-ministro da Educação rejeita, contudo, a ideia generalizada de que o abandono e o insucesso escolar sejam inevitáveis em crianças provenientes de agregados com “baixo capital familiar - económico ou social”.

Nesse contexto, referiu o exemplo “surpreendente” das sociedades asiáticas, onde casos de grande sucesso profissional têm muitas vezes origem em situações de pobreza.

“A questão é que a quantidade e a qualidade do trabalho que esses miúdos têm na escola não tem qualquer comparação com a dos estudantes americanos e europeus”, explica David Justino. “São sociedades que sempre estiveram muito orientadas para o princípio de é preciso muito trabalho para ter sucesso”.

Em Portugal, contudo, “a imagem social do ensino sempre foi muito associada à ideia de que o secundário é uma preparação para o ensino superior”.

Lembrando que já antes propôs a reorganização dos ciclos, David Justino sugere: “O 3.º Ciclo tem que se aproximar mais do secundário. Não pode ser um prolongamento do básico, como é agora, (..) e a perspectiva de conferir competências mais profissionalizantes devia ser acentuada”.

Se a escolaridade obrigatória de 12 anos vai ter efeitos “daqui a 10 ou 12 anos, não interessa”, diz o ex-ministro. “É preciso levar as pessoas a pensarem que, daqui a alguns anos, ter o 9.º ano não serve para nada (…) e o que conta é fazer com que elas comecem agora a elevar as suas expectativas”.
Agência Lusa

Ex-ministro defende escola a 12 anos

Diário Notícias
21.Junho.2009
página 27

David Justino considera que alargamento da escolaridade deve ser articulada com legislação do trabalho.

O es-ministro da Educação David Justino defendeu ontem em Santa Maria da Feira que o "aumento da escolarização para os 12 anos tem de ser ponderado numa articulação muito estreita com a legislação de trabalho".

Na conferência promovida no Europarque pela Confederação Nacional das Associações de Pais e pela Fapfeira, que congrega as estruturas do género existentes no município feirense, David Justino afirmou que só assim se poderá saír do "ciclo vicioso" em que se encontra a maioria da população activa portuguesa. "O abandono escolar leva à inserção precoce no mercado de trabalho e essa, porque implica qualificações reduzidas, envolve níveis mais baixos de remuneração", explicou o actual assessor da Casa Civil de Presidente da República. "É um ciclo vicioso e há um número elevadíssimo de portugueses que estão nessa situação".
.......

"Se o aumento da escolarização é tão urgente é porque cada ano que nos atrasamos se traduz em milhares de portugueses que não conseguem saír desse ciclo vicioso do atraso", concluiu o antigo ministro da Educação.

Diário Notícias

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Convite - Conferência Contextos Sociais e Políticas Educativas - Os 12 anos de escolaridade obrigatória



Conferência Contextos Sociais e Políticas Educativas
- Os 12 anos de escolaridade obrigatória


A CONFAP e a FapFeira, com o apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, realizam, no dia 20 de Junho, pelas 10.30 horas, no Europarque, a Conferência 'Contextos Sociais e Políticas Educativas - os 12 anos de escolaridade obrigatória', sendo conferencista o Prof. Dr. David Justino, assessor da Casa Civil do Presidente da República, ministro da Educação no XV Governo Constitucional, de 6 de Abril de 2002 a 17 de Julho de 2004. Esta conferência ocorre no âmbito da realização do Conselho Geral da CONFAP, no mesmo dia.

A Entrada é livre

O Conselho Executivo da CONFAP

quinta-feira, 11 de junho de 2009

investimento em capital humano

Portugal melhora qualificações mas continuará pior da Europa
CATARINA ALMEIDA PEREIRA
10. Junho. 2009 /DN Bolsa

A proporção de trabalhadores pouco qualificados deverá passar de 75% em 2007 para 57,8% em 2020. Esta será, ainda assim, a proporção mais alta no conjunto de 25 países analisados por uma agência da União Europeia. A crise pode agravar o cenário.
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O défice de qualificações vai continuar a ser um problema em Portugal ao longo da próxima década. Os mais de 6,7 milhões de trabalhadores pouco qualificados, em 2007, representavam 75,1% da população com mais de 15 anos. Um valor que deverá descer para 57,8% em 2020, mas que continuará a ser o mais elevado da Europa.

São dados do Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional (Cedefop) que constam de um relatório ontem divulgado pela Comissão Europeia. A progressão dos restantes 24 países analisados será, em média, menos acentuada, mas incapaz de alterar a posição relativa de Portugal. A proporção da população com o ensino básico, que se situava nos 38,1%(2007) deverá descer para 29,3% (2020).
Baixas qualificações podem significar menos riqueza e fracos salários, explica Paula Carvalho, economista do BPI. "Existe um problema de base, que leva muitos anos a corrigir. Mas mesmo a juventude não compara bem nos principais indicadores, com muita gente a abandonar o ensino secundário. Há progressos, mas que não se registam a uma velocidade suficiente para recuperar o tempo perdido", refere, num comentário ao estudo. "Uma força laboral pouco qualificada é menos capaz de gerar riqueza, que está na base da performance económica e do bem-estar". Ou seja, do acesso a "melhores salários e bens de consumo", refere a economista.

O relatório avalia, ainda, a proporção de trabalhadores muito qualificados sobre o total. Portugal estava, em 2000, no último lugar da lista, com apenas 6,6% da população com mais de 15 anos com o ensino superior. Depois de ter ultrapassado a Itália, deverá ainda subir dois lugares no ranking até 2020.
A tendência para o aumento da população qualificada é comum a todos os países europeus. Para chegarem a estas conclusões, os autores assumem que a evolução registada nos últimos 5 a 10 anos, em parte motivada pela renovação demográfica, se deverá continuar a registar.
Mas num cenário mais pessimista, assumem, contudo, que os efeitos da crise económica podem comprometer a tendência. "Inicialmente, a crise pode aumentar a aquisição de escolaridade ou de qualificações porque as pessoas adiam a entrada num mercado de trabalho deprimido. A longo prazo, e à medida que os constrangimentos financeiros começam a afectar a economia real, isso pode desencorajar o investimento em capital humano."

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Arrifana - FESTA DE COLECTIVIDADES

CONVITE

Exms. Senhores :
Vimos por este meio convidar vossas excelências e todas as associações de pais do concelho da feira a visitarem a nossa tasquinha e a feira das colectividades que se vai realizar nos próximos dias 09, 10, 11, 12, 13 e 14 de Junho no largo da Feira em Arrifana.

Sem mais agradecemos a todos a vossa atenção e contamos com a vossa presença.

A associação de pais e encarregados de educação da Escola eb2,3 de Arrifana

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Travanca - Festa das Colectividades


Convite


Em nome da Associação de Pais das Escolas Básicas e Jardins de Infância de Travanca, tomei a liberdade lhe fazer um convite para comparecer nos dias 12, 13 e 14 de Junho no Parque de S. Pedro, em Travanca, para a Festa das Colectividades.


Desde já agradeço a atenção que este assunto possa ter tomado.


Sem mais a acrescentar, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

Heloíse Rodrigues


Nova data para a o Encontro de Colectividades em Lourosa

No seguimento de informação transmitidas às AP's de pelo C.R.E.M., e por força da previsões de chuva para este fim-de-semana, a Taça ESC+ e o Encontro das Colectividades foram adiadas para 19, 20, 21 Junho.

As barraquinhas serão nas datas de 19, 20 e 21 de Junho no Parque da Cidade de Lourosa.

As provas da TAÇA ESC+ serão a 20 de Junho (Sábado).

A 21 de Junho serão as finais da Taça ESC+ em Santa Maria da Feira.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Inquérito Relativo a Qualidade e Segurança

Direcção-Geral da Saúde

"Com a recente criação do Departamento da Qualidade na Saúde no âmbito da
Direcção-Geral da Saúde, torna-se necessário actualizar a informação relativa às
áreas de responsabilidade da Qualidade Clínica e Organizacional e da Segurança
dos Doentes, nas unidades prestadoras de cuidados de saúde.
Neste sentido, encontra-se disponível no site* da Direcção-Geral da Saúde um
formulário electrónico relativo a Qualidade e Segurança, o qual deverá ser
preenchido on-line até 19 de Junho de 2009."
O Director-Geral da Saúde
Francisco George

NOTA:
* No menu de topo do site clique no item “Formulários”.
Clique, de seguida, no link
“Inquérito Relativo a Qualidade e Segurança” para aceder ao formulário.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Lourosa em Movimento



As Associações de Pais do Agupamento de Lourosa,

Convidam a Comunidade para o "Encontro de Colectividades e Actividades Educativas",
dias 5, 6 e 7 de Junho no
Parque da Cidade de Lourosa



















segunda-feira, 1 de junho de 2009

1 junho - Dia da Criança

"100 formas de mostrar às crianças que você se importa"


1 Junho - Dia da Criança

"Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a"
Johann Goethe
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Love Generation - Bob Sinclair

domingo, 31 de maio de 2009

A subtileza de um passarinho...

Margarida Corrêa de Aguiar
Blog Quarta República

Chegou-me às mãos este vídeo. Simplesmente fantástico!
Primeiro porque prova como é importante sensibilizar as gerações mais novas para a necessidade da tolerância e importância do carinho nas relações com as gerações mais velhas. Assim como se fazem spots publicitários para suscitar o consumo de tudo e mais alguma coisa, como seria bom que um vídeo com esta “dimensão humana” nos entrasse regularmente pelas casas dentro.
Segundo porque é extremamente rico na descrição que faz sobre as fragilidades, mas também sobre as virtudes, do ser humano. O vídeo mostra, por exemplo, como é fácil o egoísmo e a intolerância e como é triste a solidão e a incompreensão. Mostra-nos também como a geração mais nova também é humana e generosa, quando descobre como a geração mais velha precisa do seu amor e carinho, e como os velhos sofrem na pele a indiferença dos mais novos que julgam, pela sua juventude, que a vida é eterna.
O homem é um ser complexo, capaz, contudo, de ser simples nas coisas aparentemente mais difíceis!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mudanças na Educação

Mudanças na Educação
Programa Sociedade Civil
28.Maio.2009

Convidados:
Mário Nogueira, Secretário-geral da Fenprof;
Albino Almeida, Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais;
Ponces Carvalho, Director Escola Superior de Educação João de Deus, ESEJD;
Luís Capucha, Presidente da Agência Nacional para a Qualificação.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

A importância da Família no Desenvolvimento da Criança

CONVITE

Convidamos V. Exas. para a palestra que terá como tema "A importância da Família no Desenvolvimento da Criança", dinamizada pela Drª Ercília Duarte (Psicóloga da Divisão de Educação da Câmara Municipal da Feira) .

Pretendemos desta forma proporcionar aos pais e encarregados de educação a oportunidade de redefinir estratégias de actuação familiar.

Não de esqueça, dia 29 de MAIO de 2009, pelas 21H, na Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura.

Contamos com a vossa presença.

Cumprimentos,
Associação de Pais JI e EB1 Pousadela

A Família
É a instituição mais privilegiada da educação, pois é no seu meio natural que o homem nasce e existe e onde desperta como pessoa. Exerce influência quer na integração escolar quer no desenvolvimento dos filhos.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A carestia dos ensinos superiores em Portugal

Rui Baptista
7.Maio.2009

“Os homens são sempre sinceros, apenas mudam de sinceridade” (Tristan Bernard)

A informação que nos chega todos os dias cria em nós um ruído de fundo que faz com que, por vezes, nos percamos sobre a origem das respectivas fontes. Vem ao caso, apenas, o título que retive de uma notícia recente, que não localizo de momento, sobre os custos que impendem sobre o ensino superior nacional só superiorizados pelos que ocorrem na Inglaterra.

Não posso deixar de aproveitar o mote para abordar uma questão que me baila na cabeça há bastante tempo: a carestia do ensino em geral. Ocupando-me do ensino anterior ao ensino superior , não posso deixar de falar do primeiro ciclo do ensino básico onde se requer a aquisição de dispendiosos livros escolares, onde os lápis de cor são substituídos por material de pintura mais adequado a um candidato ao ensino das belas-artes, onde os mais abastados têm máquinas de calcular que fazem a inveja de quem se dedica a estudos superiores de engenharia, onde as explicações se fazem a torto e a direito, onde à simples consulta de livros na sala de aula ou na biblioteca se dá o nome pomposo de “investigação”, etc.

Dando um salto rápido para o ensino secundário, para não tornar muito extensa esta análise, o panorama amplia-se na razão directa da idade dos alunos. Encontramos compêndios que mudam de ano para ano, não possibilitando a sua passagem de um aluno que tenha transitado de ano para um seu irmão que inicie esse mesmo ano. Vemos, na disciplina de Geografia, por exemplo, que se muda de livro apenas por ter mudado o nome da capital de um determinado país, ou por ter havido a sua deslocação para outra cidade, como se não bastasse anotar no próprio livro essa informação. Deparamos com uma correria louca à reprografia da escola para encher a mochila de papéis que atentam contra o alinhamento das vértebras juvenis e que podem originar dores nas costas, atitudes corporais viciosas ou mesmo cifoses. E o que dizer de trabalhos de grupo em que a simples aparência do trabalho contribui para a respectiva valorização? Para não maçar quem me lê, só acrescento que, se o curso pretendido for o de Medicina, os pais ver-se-ão obrigados a pagar um verdadeiro rol das antigas lavadeiras com lençóis de explicações.

( ... )

Mas tudo bem, alguns conseguem. Com este “statu quo” colhem-se dados estatísticos que aumentam a percentagem de estudantes do ensino superior quando comparada a tempos anteriores a 25 de Abril, ainda que à custa impiedosa do extraordinário aumento das despesas familiares, havendo já estudantes universitários que segundo as notícias dos jornais, estão em risco de desistir dos seus estudos, com a provável desculpa governamental de que a culpa foi motivada pela crise económica internacional. Que diabo! Não se pode ter tudo neste mundo... Valha-nos a consolação de ocuparmos o pódio à direita da Velha Albion no campeonato europeu dos países onde a frequência do ensino superior fica mais dispendiosa!

publicado em Rerum Natura

sábado, 2 de maio de 2009

DIA da MÃE

Um Bom Domingo

Feliz Dia da Mãe


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Portugal deveria ser de todos...

Escutar o que os cidadãos têm para dizer, mobilizar os cidadãos para participarem de forma séria e construtiva na vida colectiva impelindo-os a pensarem e a apresentarem ideias que possam melhorar a actuação dos poderes políticos e da sociedade civil em geral é por si só uma iniciativa cívica meritória. Aproveitar a “sabedoria popular” é um sinal de inteligência.Foi o que aconteceu com o “Portugal é de Todos”, uma iniciativa conjunta da Visão, Expresso e SIC, que recolheu na Net cerca de 8.000 propostas apresentadas por cerca de 1.200 pessoas que responderam a um inquérito cobrindo os temas da actuação do governo e do parlamento, da actuação dos municípios e da actuação da sociedade civil.Estamos pouco habituados a este tipo de participação e o pouco que se faz cai quase sempre em “saco roto”. Para contrariar esta tendência, seria importante a publicação de uma síntese dos contributos recolhidos e que as diversas instâncias democráticas e forças políticas e forças vivas da sociedade civil fossem convidadas a reagir publicamente.A lista de propostas relativas àqueles três planos de actuação é bastante abrangente e inclui domínios como a justiça, a educação, o combate à corrupção e a participação cívica. São propostas de ideias de cidadãos “anónimos” que vivem os problemas do País, que demonstram ter um olhar atento, crítico e construtivo.
( ... )
Portugal é de todos, ou melhor, Portugal deveria ser de todos. Ouçamos pois a voz do povo que normalmente nunca se engana…
blog quarta república - Margarida Corrêa de Aguiar

Algumas das propostas:

. Promoção de iniciativas de apoio a populações carenciadas, estimulando os jovens ao trabalho voluntário, enquadrados pela Escola. Incentivar os cidadãos a participar activamente nas ONG (Organizações Não Governamentais), com trabalho ou ajuda financeira.

. Colocação de todos os presidiários a realizar trabalho comunitário. Acredito que há demasiado trabalho que pode ser adjudicado a estes, em vez deixar nas prisoes a "aprodecerem" ou cumprirem a sua pena a ver TV.

. A solidariedade começa na Primavera" poderia ser o lema do Ministério da Educação para implementar meses cívicos mas obrigatórios para os jovens cuja participação seria activa junto dos idosos, jovens, doentes,crianças.

. Escolher aleatoriamente um cidadão eleitor todos os meses e promover a sua participação activa no município.

. Introduzir a prática do voluntariado nas escolas, incutindo desde cedo nos mais novos a noção de partilha, de comunidade, de solidariedade. Alertá-los para a existência do outro, para a diferença, na busca pela igualdade e reforço da integração social.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Escolaridade de 12 anos é possível até 2012

Convicção da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, na abertura de uma conferência de peritos sobre alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano.

A ministra da Educação manifestou-se confiante que Portugal poderá cumprir em 2012 a meta de escolaridade obrigatória de 12 anos, mas advertiu que ainda existem assimetrias regionais ao nível da escolarização.

Maria de Lurdes Rodrigues falava na abertura de uma conferência de peritos sobre alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos, no Centro Cultural de Belém, sessão presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e em que também está presente o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva.

( ... )

Na sequência de uma intervenção do ex-ministro da Economia Braga da Cruz, que alertou os membros do Governo para problemas de abandono escolar na zona do Grande Porto, Maria de Lurdes Rodrigues reconheceu haver ainda "assimetrias regionais".

"Na área metropolitana de Lisboa temos uma taxa de escolarização de 89 por cento, enquanto que na Região Norte é de 74 por cento", afirmou.

Jornal de Notícias /Nacional/ 27.Abril.2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sócrates e o meu Avô.

Pedro Abrunhosa
Fevereiro 2009 Maxmen

Sócrates e o meu Avô
1. ( ... ) A instabilidade nas escolas, onde o corpo docente e conselhos directivos batalham incessantemente há anos por uma dignificação do aluno, leva a que a opinião pública passe a considerar como porto seguro as escolas privadas, fugindo em massa para este sector e deixando ao abandono aquela que deveria ser a principal área de actuação de qualquer governo desde a implantação da república. Um sistema de ensino público forte, coeso e estável, assim como um sistema de saúde e de justiça, é o pilar de uma sociedade justa e livre, onde a igualdade de oportunidades não seja uma expressão vã. A contínua hostilização aos professores feita por este, e outros governos, vai acabar por levar cada vez mais pais a recorrer ao privado, mais caro e nem sempre tão bem equipado, mas com uma estabilidade garantida ao nível da conflitualidade laboral. O problema é que esta tendência neo-liberal escamoteada da privatização do bem público, leva a uma abdicação por parte do estado do seu papel moderador entre, precisamente, essa conflitualidade laboral latente, transversal à actividade humana, a desmotivação de uma classe fundamental na construção de princípios e valores, e a formação pura e dura, desafectada de interesses particulares, de gerações articuladas no equilíbrio entre o saber e o ter.
O trabalho dos professores, desde há muito, vem sendo desacreditado pelas sucessivas tutelas, numa incompreensível espiral de má gestão que levará um dia a que os docentes sejam apenas administradores de horários e reprodutores de programas impostos cegamente. Não sou um saudosista, como bem se pode notar pelo que escrevo aqui regularmente, mas nem toda a mudança é sinónimo de evolução. Pelo contrário, o nosso direito poucas alterações sofreu em relação ao direito romano, e este do grego, sem que com isso se tenha perdido a noção de bem e mal, ainda que relativa de acordo com preceitos culturais e históricos. E, muito menos, a credibilização dos agentes de justiça, mormente magistrados, sofreu alterações significativas ao logo dos tempos, embora aqui também comecem a surgir sintomas de imenso desconforto, para já invisível ao grande público.

2. O que eu gostaria de dizer é que o meu avô, pai do meu pai, era um modesto, mas, segundo rezam as estórias que cruzam gerações, muito bom professor e, sobretudo, um ser humano dotado de rara paciência e bonomia. Leccionava na província, nos anos 30 e 40, tarefa que não deveria ser fácil à altura: Salazar nunca considerou a educação uma prioridade e, muito menos, uma mais-valia, fora dos eixo Estoril-Lisboa, pelo que, para pessoas como o meu avô, dar aulas deveria ser algo entre o místico e o militante. Pois nessa altura, em que os poucos alunos caminhavam uma, duas horas, descalços, chovesse ou nevasse, para assistir às aulas na vila mais próxima, em que o material escolar era uma lousa e uma pedaço de giz eternamente gasto, o meu avô retirava-se com toda a turma para o monte onde, entre o tojo e rosmaninho, lhes ensinava a posição dos astros, o movimento da terra, a forma variada das folhas, flores e árvores, a sagacidade da raposa ou a rapidez do lagarto. Tudo isto entrecortado por Camões, Eça e Aquilino. Hoje, chamaríamos a isto ‘aula de campo’. E se as houvesse ainda, não sei a que alínea na avaliação docente corresponderia esta inusitada actividade. O meu avô nunca foi avaliado como deveria. Senão deveria pertencer ao escalão 18 da função pública, o máximo, claro, como aquele senhor Armando Vara que se reformou da CGD e não consta que tivesse tido anos de ‘trabalho de campo’. E o problema é que esta falta de seriedade do estado-novo no reconhecimento daqueles que sustentaram Portugal, é uma história que se repete interminavelmente até que alguém ponha cobro nas urnas a tais abusos de autoridade. Perante José Sócrates somos todos um número: as polícias as multas que passam, os magistrados os processos que aviam, os professores as notas que dão e os alunos que passam.
( ... )
Pedro Abrunhosa
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terça-feira, 21 de abril de 2009

Seminário FCAPE

Convite

A Federação Concelhia das Associações de Pais de Espinho (FCAPE) irá realizar um Seminário subordinado ao tema “Mudanças na Educação – constrangimentos e oportunidades”.

Organizado no âmbito do seu Plano de Actividades, este evento será precedido de um Porto de Honra e terá lugar no dia 24 de Abril (sexta-feira), às 21.00 horas, no Auditório da Junta de Freguesia de Espinho.

Neste evento contaremos ainda com a presença da Dr. Margarida Moreira - Directora da Direcção Regional de Educação do Norte, do Dir. Dep. Prof. João Moutinho - Câmara Municipal de Espinho, do Magnifico Reitor Prof. Dr. Salvato Trigo - Universidade Fernando Pessoa, do Dr. Albino Almeida - Presidente da CONFAP, das Presidentes dos Conselhos Executivos das Escolas do Concelho de Espinho, representantes dos Partidos Politicos, entre outros Convidados.


O Presidente do CE da FCAPE
Belmiro Rocha

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Alimentação nas escolas ainda é pouco satisfatória

Alexandra Marques
16.Abril.2009/Sociedade/Jornal de Notícias

Estudo mostra que componente verde é escassa e 23% das refeições "chumbam" no exame

Uma bactéria que pode matar foi detectada na comida em lares de idosos e em cantinas hospitalares. E as refeições escolares servidas em seis concelhos não convenceram os técnicos. Eis dois estudos do último dia do I Congresso de Saúde Pública.

"A alimentação escolar será segura?" A resposta não sossegará decerto muitos pais, mas poderá servir de alerta. Um estudo levado realizado em 264 amostras, na rede pré-escolar e em escolas do primeiro ciclo do ensino básico de seis autarquias da Grande Lisboa - exceptuando esse concelho - revela que só 41% das refeições foram consideradas satisfatórias, em termos de saúde.

O departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSA) Ricardo Jorge procurou micro-organismos patogénicos nos almoços das crianças, entre os três e os dez anos, e concluiu que 23% - quase 1/4 das mesmas - não preenchiam os requisitos: não satisfaziam.

Ao falar no I Congresso de Saúde Pública - que ontem terminou na Fundação Gulbenkian, em Lisboa -, Nuno Rosa adiantou que 60% dos menús escolares sãocompostos em exclusivo por produtos cozinhados e somente 4% constituídos por ingredientes crús - saladas e fruta.

Da reduzida quantidade de alimentos "verdes" apenas 10% tinha uma qualidade sanitária satisfatória. O perigo dos agentes invasivos nos ingredientes crús, foi um dos apsectos sublinhados, de manhã, por Isabel Santos.

A perita do Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, também do INSA, anunciou à plateia a detecção da bactéria "listeria monicytogenes" - responsável pela doença infecciosa: listeria - em 101 amostras alimentares em cantinas públicas de escolas, hospitais e lares da terceira idade.

A técnica admitiu que o consumo cada vez mais frequente de legumes frescos - conservados através de sistemas de refrigeração - poderá estar na origem do aparecimento da bactéria.

Um agente patogénico que pode ser mortal para doentes crónicos e recém-nascidos - a taxa de mortalidade é de 25% - e se aloja-se, sobretudo, em vegetais em decomposição, na carne de porco e de vaca, salames, patés de frango e de peru.

Alerta deixou por sua vez, Jorge Torgal, director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical - contra o consumo de depuralina, "uma substância nociva ao organismo", mas que por ser muito publicitada "vende milhões".

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A tabuada e a máquina de calcular

Nuno Crato
04.Dezembro.2004/Passeio Aleatório/EXPRESSO

A tabuada e a máquina de calcular

Num conto magnífico incluído na colecção Nove Amanhãs, Isaac Asimov (1920-1992) imagina uma civilização do futuro que se tinha esquecido da tabuada e dos algoritmos das quatro operações. Apenas as máquinas conseguiam fazer contas. Os humanos tinham de as usar para todos os cálculos, mesmo os mais elementares.

Ninguém se interrogava sobre o que as calculadoras faziam. Mas, a certa altura, aparece um jovem técnico que começa a ficar curioso. Repara em certas regularidades e constrói uma tabuada. Pouco a pouco, percebe o mecanismo das operações e começa a fazer contas.

Afirma com toda a confiança: «Três vezes sete, vinte e um... quatro vezes oito, trinta e dois...». Os amigos duvidam e vão verificar os resultados com a máquina. Dá certo! Dá sempre certo! «Soma agora 23 com 48! Dá 71! E não é que dá mesmo!?»

A história foi escrita em 1958 e parece premonitória. De facto, há hoje muitos jovens estudantes que sacam das máquinas para resolver as operações mais elementares. Habituaram-se a isso quando estavam na escola e já não o sabem fazer de outra maneira. Ora, fazer contas mentalmente é muito útil no dia-a-dia. Serve para comparar preços no supermercado, fazer trocos, medir o tempo, deitar contas à vida.

Mas há ainda mais, conforme ficou claro para os muitos que na semana passada encheram as salas da livraria Almedina. Numa das habituais sessões do livro científico das «Sextas às Sete» dessa livraria, em Lisboa, Alexandre Castro Caldas explicou que o exercício do cálculo mental e a memorização, nomeadamente da tabuada, ajudam a desenvolver regiões do próprio cérebro e capacitam os jovens para outras actividades. Explicou também que há uma janela de oportunidade para essa aprendizagem. Privá-los desse treino em tenra idade é limitá-los no seu desenvolvimento intelectual futuro.

É o que se está a passar com muitos jovens. E a culpa não é deles. Com pretexto na «aprendizagem significativa», atacaram-se os «vícios da memorização», mas errou-se no alvo.

Leia-se o programa de Matemática do 1º Ciclo, aprovado em 1990. Diz-se aí que a «máquina de calcular não pode deixar de ter lugar no 1º Ciclo» (jovens dos seis aos dez anos). Fala-se nos «cálculos obtidos, utilizando algoritmos ou a máquina de calcular» e depois diz-se que «na sala de aula deve haver materiais de apoio e o professor permitirá que cada criança utilize, com liberdade, o que lhe for mais conveniente». Ou seja, diz-se que o professor não pode impedir uma criança de seis a dez anos de usar a calculadora sempre que ela o queira fazer. Ideia semelhante repete-se no «Currículo Nacional do Ensino Básico: Competências Essenciais» (2001), página 60.
Felizmente, a maioria dos professores tem mais bom senso que os teóricos da pedagogia romântica e sabe que permitir que o aluno use a máquina de calcular sempre que o queira é caminho certo para que ele nunca desenvolva o cálculo mental.

Dito tudo isto, é preciso acrescentar que a calculadora devia ser mais usada no Ensino Secundário. Sobretudo, mais bem usada. Nessa altura, começam a aparecer frequentemente contas muito difíceis, impossíveis de resolver manualmente. É preciso conhecer melhor a máquina de calcular para poder enfrentar esses novos desafios. Mas há muitos alunos que chegam à universidade sem saber calcular exponenciais, logaritmos ou tangentes, pois nunca perceberam as correspondentes funções das suas máquinas. É triste, mas por vezes parece que andamos a fazer tudo ao contrário.
Nuno Crato

quarta-feira, 15 de abril de 2009

João Lobo Antunes no "Jornal de Leiria"

Dia 2 de Abril de 2009
Entrevista a João Lobo Antunes no "Jornal de Leiria"
Texto: Elisabete Cruz
Fotos: Ricardo Graça

( ...)

Alfredo Sá, neurologista, Leiria

Se fosse ministro da Educação, que medidas proporia para melhorar a capacidade cognitiva e comportamental do cérebro dos portugueses?


Responde João Lobo Antunes

Não há uma receita médica. Uma das tentações da sociedade contemporânea é “medicalizar” mais ou menos tudo, e admitir que os problemas poderem ser tratados através de fármacos ou de outro tipo de intervenção. Introduzir, por exemplo, o Magalhães na Educação como uma espécie de vacina anti-iliteracia não me parece ser a solução. Sobretudo quando se pode correr o risco de eliminar uma das actividades que mais educa o cérebro humano, a leitura. Como parte integrante de uma estratégia de aprendizagem pode ser um instrumento muito útil. Não é como alguns quiseram fazer crer aos portugueses, uma panaceia que resolve de um momento para o outro o problema da alfabetização dos portugueses. Há funções que têm sido desprezadas pela pedagogia moderna que vale a pena não esquecer . Uma delas é a memorização. Foi declarada quase um pecado capital por algumas correntes de Educação, o que é absurdo. Há que exercitar o cérebro e pô-lo a trabalhar e não é com soluções fáceis que isso acontece.

ver Entrevista completa

terça-feira, 14 de abril de 2009

ENSINE-ME, POR FAVOR!

Nuno Crato
20.Dezembro.2008/Passeio Aleatório/Expresso

NAS ÚLTIMAS SEMANAS, tive de ir algumas vezes a uma rua esconsa do Bairro Alto. Na primeira vez que atravessei a pé o emaranhado de ruas, fiz vários erros. Fui tacteando, e só após algumas voltas dei com o lugar. Da segunda, mal confiado na minha experiência e na minha intuição de lisboeta, voltei a errar e só dei com o sítio após várias tentativas inúteis. À terceira, explicaram-me o caminho das pedras: à esquerda aqui e à direita ali. Não voltei a enganar-me.

As minhas primeiras voltas constituíram uma aprendizagem pela descoberta. Não foram muito eficazes. No final, por instrução directa, memorizei um caminho óptimo e não voltei a falhar. Talvez, se tivesse continuado a procurar às apalpadelas, tivesse conseguido encontrar esse caminho óptimo. Mas o processo teria sido muito ineficiente.

Lembrei-me das minhas deambulações pelo Bairro Alto ao ler um artigo científico acabado de sair na revista «Cognitive Development» (23, pp. 488–511). Os investigadores que assinam o trabalho, Mari Strand-Cary e David Klahr, do Departamento de Psicologia da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, comparam a eficácia de dois processos de aprendizagem que estão no cerne de uma velha polémica pedagógica: a aprendizagem pela descoberta e a instrução directa.

O filósofo suíço Jean Piaget, um dos defensores da aprendizagem pela descoberta dizia, por exemplo, que, «cada vez que se ensina prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter descoberto por si, ela fica impedida de a inventar e, por isso, de a compreender completamente». Várias teorias pedagógicas levaram ao extremo esta ideia, condenando a instrução directa como nociva para a verdadeira aprendizagem e para a criatividade infantil. Mais modernamente, muitos estudos vieram a moderar este ponto de vista, preconizando uma mistura da redescoberta activa, guiada pelo professor, com a instrução directa.

Os investigadores de Carnegie Mellon atacaram o problema de frente. Estudaram os efeitos dos dois métodos pedagógicos em algumas dezenas de estudantes dos primeiros anos de escolaridade. O objectivo foi ensinar um processo de controlo de variáveis em experimentação científica elementar, portanto algo central ao desenvolvimento do espírito crítico. Em causa estava a capacidade de distinguir duas variáveis (tipo de superfície e inclinação) no estudo da aceleração de esferas num plano inclinado.

As conclusões do estudo, que vêm confirmar estudos semelhantes feitos nos últimos anos, são reveladoras. A percentagem de sucesso das crianças sujeitas a instrução directa é muito maior que a das crianças entregues a um processo de aprendizagem pela descoberta. Essa percentagem, que depende das medida utilizadas, chega a ser três vezes superior no primeiro grupo.

Os investigadores procuraram ainda saber como as crianças tinham assimilado a técnica de separação de variáveis e reavaliaram-nas várias vezes mais tarde (uma semana, três meses e três anos). A conclusão é de novo curiosa: não importa o método de ensino, as crianças que apreenderam o método por instrução directa são tão capazes de o aplicar em situações novas como as que o descobriram por si. O ensino directo não parece ser inimigo da criatividade nem do pensamento independente.

Da próxima vez que procurar uma rua no Bairro Alto, vou pedir que me ensinem o caminho.

Redes da internet baixam as notas

Bernardo Esteves
13.Abril.2009/ensino/Correio da Manhã

Educação: Estudo diz que utilizar facebook prejudica resultados

Os utilizadores do Facebook, Hi5 ou Orkut têm mais probabilidades de obter piores resultados escolares do que os estudantes que prescindem dessas redes sociais da internet. Os que passam mais tempo nesses sites dedicam apenas uma hora por semana a estudar. Esta é a conclusão de um estudo realizado na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, centrado unicamente no caso do Facebook, em que foram inquiridos 219 estudantes universitários.

"O estudo mostrou que quem passa mais tempo no Facebook passa menos tempo a estudar", disse a investigadora Aryn Karpinski, citada pelo jornal inglês ‘The Times’. A especialista sublinha que a discrepância de notas entre uns e outros é "significativa, sendo equivalente à diferença entre obter um A ou um B" – nos EUA, o sistema de classificação vai do A (a nota mais alta) até ao F (a mais baixa).

Em Portugal ainda não há estudos sobre o tema, admite o neuropsicólogo Nélson Lima. "Está tudo muito no início. Mas há de facto um grande número de jovens que está a ser mais prejudicado do que beneficiado com as novas tecnologias, porque não as utilizam de forma eficaz. Passam 80% do tempo nas redes sociais e não usam outras possibilidades."

"O PERIGO MAIOR É O ISOLAMENTO DO MUNDO REAL"
O neuropsicólogo Nélson Lima relativiza as conclusões do estudo – "uma amostra de 219 pessoas não é suficiente para tirar conclusões universais" –, mas reconhece os riscos das redes sociais. "Tudo depende de como se utiliza. Ouço jovens dizer que têm 500 contactos no Hi5 e alimentar isso pode levar a uma distracção e à redução do tempo de estudo. Mas o perigo maior é o isolamento. Muitos jovens fecham-se nos quartos e reduzem os contactos com pessoas de carne e osso", disse ao CM.

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Demissão de Conselhos Executivos “avassaladora” para as escolas

Clara Viana
13.04.2009/Última hora/Público

Adenda ao parecer sobre regime de gestão das escolas
Garcia Pereira considera demissão de Conselhos Executivos “avassaladora” para as escolas.

As interrupções dos mandatos de Conselhos Executivos, ordenadas pelo Ministério da Educação, são inconstitucionais, ilegais e perigosas, considera o advogado Garcia Pereira. Numa adenda a um parecer que elaborou sobre o novo regime de gestão das escolas do básico e secundário, hoje divulgada, o advogado sustenta mesmo que este último cavalo de batalha do ME é “susceptível de produzir consequências tão avassaladoras quanto imprevisíveis” nas escolas.
O novo regime de gestão prevê que, até ao final do próximo mês, todas as escolas e agrupamentos do pré-escolar, básico e secundário tenham um director em vez de um Conselho Executivo. Os concursos para os novos dirigentes deveriam ter sido abertos até ao final de Março. Muitas escolas estão agora em processo eleitoral, mas outras optaram por levar até ao fim o mandato dos sues Conselhos Executivos.
( ... )
Segundo o advogado, não existe nada no Decreto-Lei nº75/2008, que institui a figura de director, que torne legalmente possível decisões como a que o ME adoptou para com o agrupamento de Santo Onofre.
Pelo contrário, sustenta, este diploma estipula “de forma muito clara, que os actuais titulares dos órgãos de gestão completam os seus mandatos”, como salvaguarda também, para evitar situações de “vazio de poder”, que se entretanto estes tiveram chegado ao fim, serão prorrogados até à eleição do director.“Esta solução é a única permitida, à luz das regras da interpretação das normas jurídicas consagradas no Código Civil”, escreve Garcia Pereira, que só vê uma explicação para a interpretação que tem estado a ser feita pelo Ministério e pelas Direcções Regionais de Educação: “assenta necessariamente quer na pressuposição de que o legislador não se soube exprimir adequadamente e de que consagrou o absurdo, quer na desconsideração seja de letra, seja da “ratio” da lei, o que num caso e outro, está em absoluto vedado ao intérprete fazer por força do artigo 9º do Código Civil”.
Responsabilização criminal
E é devido a esta situação que Garcia Pereira adverte: “a imposição da interrupção dos mandatos actualmente em cruzo e da imediata eleição do Director é “susceptível de produzir consequências tão avassaladoras quanto imprevisíveis”. Alguns exemplos apontados: “acções de impugnação e indemnização por parte dos titulares dos actuais órgãos e lectivos irregularmente impedidos de continuarem a exercer os seus mandatos”; “arguição de invalidade de todos os actos praticados pelos directores (designação de outros cargos, distribuição serviço docente, selecção de pessoal, etc.); “possível accionamento de responsabilidade criminal contra os Directores” por usurpação de funções. Na semana passada, na Assembleia da República, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues justificou a intervenção em Santo Onofre dizendo que “o cumprimento da lei não é uma questão facultativa”, mas “uma obrigação”. Na mesma altura, em declarações ao PÚBLICO, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, responsabilizou os professores do agrupamento que, disse, “não quiseram participar na governação das suas escolas e não cumpriram um dever de cidadania: o de apresentar uma ou mais listas ao Conselho Transitório”, o órgão a quem compete a selecção do director.
Regime “inconstitucional”
Para Garcia Pereira, este novo modelo de gestão vai contra os “princípios estruturantes do Estado de direito democrático”, uma vez que atenta contra “o pluralismo organizativo, os princípios da separação e interdependência de poderes” e a “garantia de participação dos administrados”, estipulados na Constituição. O advogado defende que é também inconstitucional porque o modo como o Governo legislou invadiu “a reserva absoluta da competência da Assembleia da República”.
Trata-se, frisa, de uma “verdadeira subversão” do regime instituído pela Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada pelo parlamento: procura-se “substituir as linhas essenciais de um sistema de gestão democrática e participativa” por um “sistema de gestão unipessoal, autoritário e centralista.
Para além da responsabilidade da gestão, serão os directores a nomear todos os coordenadores de escola e de departamento, que antes eram eleitos pelos seus colegas. Os directores são escolhidos por conselhos gerais, constituídos por representantes do pessoal docente e não docente, dos alunos (no secundário), dos pais, do município e da comunidade local.