quinta-feira, 4 de setembro de 2008

"A Educação das crianças dos 0 aos 12"

Indicamos link para Relatório do Estudo "A Educação das crianças dos 0 aos 12"

http://www.cnedu.pt/files/ESTUDO.pdf

Recentement foi notícia a possibilidade da fusão dos 1º e 2º ciclos escolares.

Sobre a fusão dos 1º e 2º ciclos escolares, que não passou de uma possibilidade, transcrevemos artigo publicado em http://aulas.iol.pt/noticia.html?id=975613&div_id=4298

Transcrição:

Estudo defende fusão dos 1º e 2º ciclos escolares
Conselho Nacional da Educação quer acabar com «transições bruscas»

Um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda a fusão dos 1º e 2º ciclos do ensino básico para acabar com «transições bruscas», com apenas um professor, progressivamente apoiado por outros docentes em pelo menos duas áreas, noticia a agência Lusa.


Segundo o estudo «A Educação das crianças dos 0 aos 12 anos», este ciclo de seis anos «visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular, a afiliação dos professores, o seu papel de aluno e com o desenvolvimento gradual das competências esperadas».

Por outro lado, recomenda-se para este ciclo o regime de monodocência com progressiva co-adjuvação, pelo menos em duas áreas, uma mais voltada para as ciências e outra para as letras.

No entanto, os autores do estudo, que foi num seminário no CNE, reconhecem que o modelo «ideal, mais interessante e mais flexível» estaria assente em «equipas multidisciplinares», lideradas por professores «especialmente vocacionados» para iniciar as crianças no domínio das literacias e professores mais orientados para o conhecimento disciplinar, embora ainda integrado.

Contraste «violento e repentino» entre regimes do 1º e do 2º ciclos

Analisando a situação actual, os autores constatam que existe um «contraste violento e repentino entre o regime de monodocência do 1º ciclo e o regime de pluridocência do 2º, contraste que é acentuado e intensificado pelas diferentes lógicas organizativas que estruturam o trabalho escolar».

«O contraste acentua-se ainda pela diferença de cultura profissional entre os professores do 1º ciclo e do 2º ciclo. Enquanto que os primeiros se assumem como professores de crianças cuja missão se centra na promoção de aprendizagens fundamentais por parte dos alunos, os segundos assumem-se primeiramente como professores de uma disciplina escolar», lê-se no estudo.

«Ou seja, para os primeiro o que interessa é que os alunos aprendam, enquanto que para os segundos o que interessa é que a sua disciplina seja aprendida. Para os primeiros o foco são os alunos, enquanto que para os segundos o foco é a disciplina escolar», acrescenta.

O estudo do CNE salienta, por outro lado, que o aluno passa de uma escola de pequenas dimensões e uma sala única, «onde tudo é próximo e familiar», para uma escola de tamanho médio com aulas em salas diversificadas, com uma organização dos tempos mais rígida, onde cada disciplina existe como um compartimento de saber.

O estudo reconhece, no entanto, riscos com a fusão dos dois primeiros ciclos do básico: uma possível descoordenação das equipas multidisciplinares e uma eventual influência disciplinar e académica dos actuais professores do 2º ciclo (alunos dos 6 aos 9 anos) sobre os do 1º (10 e 11 anos), entre outros.

O documento recomenda ainda o alargamento dos apoios destinados às crianças dos zero aos 3 anos de idade, a profissionalização das amas, uma melhor oferta de ocupação de tempos livres e uma articulação entre serviços sociais e serviços educativos que «ultrapasse a tradicional associação de serviços de carácter social às populações mais carenciadas e de serviços educativos às mais favorecidas».

Fim da transcrição

Sem comentários: